Translate

terça-feira, 1 de julho de 2014

Quartos- 18 camas e cabeceiras para todos os gostos e bolsos!

Para inaugurar o nosso post de hoje, selecionei este quarto que resume tudo que eu mais amo na decoração.
Para começar, destaque total e absoluto para a cama de ferro (paixão antiga, vocês já sabem, né? ) parede de tijolinhos,  espelhos e capricho em cada pequeno detalhe. Repara só…
cama de ferro azul marinho
O meu segundo eleito foi este quarto, uma decoração romântica , digna de mulheres sonhadoras e femininas como eu. Olha agora que luxo esta cama. É ou não é um sonho? #totequerendo #apaixonadíssima
cama2
A decoração do terceiro e lindo quarto segue a mesma linha, uma linda paleta de cores e uma cabeceira de cama que me arrancou belos e longos suspiros de AMOR. O que você acha?
cabeceira rosa
A seleção do nosso quarto nº4 – tem uma pegada mais rústica, mas nem por isso menos charmosa. Se liga na cabeceira e na manta “espetaculosa”. #cabeceiracriativa
arustico
Já este outro quarto, tem um aconchego e uma simplicidade toda especial, um lugar perfeito para relaxar=  clean, simples, mas super confortável. Concorda?
cabeceira1
Nestes dois quartos, as cabeceiras das camas deram vida e personalidade ao ambiente. #adorei
artecabeceira6
Que tal a decoração deste quarto com fundo branco e muita claridade??? As pitadinhas de cor ficaram por conta das almofadas e da manta lindona e charmosíssima. Espia…
cama sem cabeceira
Cores e mais cores para aquecer e dar vida ao ambiente. #boasideias
artecama2
Mais da minha paixão. Será que você me permite continuar paquerando e postando fotos de camas de ferro? Diz que sim, please! #amomuito #boasrecordações
artecama3
Estes quarto transborda criatividade e cor. Apesar de não ser muito o meu estilo, declaro em alto e bom som que encontrei pinceladas de charme + boas ideias.
jeito de casa
Agora eu te apresento uma solução nota 1 milhão (até rimou, rs!)  Uma cama  linda, criativa, útil e funcional. Mira em cada pequeno detalhe e se apaixone como eu.  Esse achadinho eu encontrei na Meu Móvel de Madeira.
mmm1
artecama4
Para quem curte uma pitada de GLAMOUR, duas cabeceiras poderosíssimas. #queluxo!
artecabeceira
Créditos imagens:  casinha colorida, entretrapos, Evasabbado, Studioecasa,patriciabousquetnasuacasa, bebe com estilo, design das cores,dom mascate
Gostou? Amou? Detestou? Me conta, vai…

TOP 5: o que NÃO usar na hora de torcer pelo Brasil na Copa!

TOPO
Já falamos sobre looks legais para torcer pelo Brasil, sobre como dar o ar da Copa na beleza, reunimos dicas de experts… Mas são tantos lançamentos inspirados no mundial que tem de tudo – principalmente muita, mas muuuita ideia estranha! Aqui, um Top 5 bem humorado com o que deve passar (BEM) longe no seu look “copístico”:
1. MAKE FULECO
copa-bizarro-make-fuleco
Com tanto gatinho dando sopa nas arenas (príncipe Harry included!!!) jura que você vai desfilar com “fuleco’s face” por ai? Nãããão!! Eleja GISA como sua musa particular na Copa e tome banho de Pantene pra ver se fica igual! Kkkk Delineadorzinho azul já tá mara.
2. NAIL ART COM ROSTOS DOS JOGADORES
nail-arts-jogadores-copa
E quando a gente acha que já viu todo tipo de nail art nessa copa, vem uma unha com a cara de Julio César pra nos provar que nesse segmento tudo é possível! Se for mãe do jogador, tipo dona Regina, de David Luiz, tá até perdoada… Mas na real…não indicamos. Se for usar de qualquer jeito cuidado pra não roer o cabelo de Neymar que dá azar. #ficaadica
3. LENTES DE CONTATO TEMÁTICAS
lentes-contato-times-copa
Ordem e progresso, seu globo ocular é um sucesso. Olhar brasileirinho…eita povo criativo! Sem assustar as crianças pessoal, guardem o adereço pro Halloween.
4. PINTURA CORPORAL
pintura-corporal-copa
Gente, sem palavras. Nem pagando promessa se o Brasil ganhar de 10 x 0 da Argentina na final e CR7 pedir Urach em casamento ajoelhado! kkkkk
5. CROCS DO BRASIL
crocs-brasilcopa
Não tem problema NENHUM usar crocs da copa gente!! Principalmente na Arena Meu Quarto, em um camarote exclusivo que só tenha você com pulseirinha, ok?! kkkkkk #naoteconheço
- EXTRA – PARA OS MOCINHOS!
neymar-cabeça
Mande esse para o namorado/amigo/marido/pai, vamos espalhar o bom senso pelo mundo! kkk Se não pararmos essa epidemia já, já veremos essa tendência dominando os salões e Proença sendo “obrigado” a tatuar Olivias Palermos e Alexas Chungs nas it cabeças!!! #mayday #sos
  • E aí, concordam com meu top 5? O que mais está banido do look copa de vocês?!

Noticias sobre Cinema IV

O conflito principal de Vizinhos é claramente apresentado nos trailers e na sinopse. Dois vizinhos estão em guerra: um deles é um jovem pai de família, em busca de tranquilidade, e o outro é um universitário popular, em busca de festas e mulheres. Além de confrontar esses dois estilos de vida, esta comédia vai além, e brinca com duas visões da masculinidade, seja o ideal de vida do jovem solteiro (desejado pelas mulheres, venerado por outros homens, livre e impulsivo), seja o ideal de vida do adulto casado (com esposa bela, vida sexual frenética, ainda belo e garanhão). No caso, os dois homens falham completamente em atingir esse ideal.

Vizinhos - FotoO humor hilário e politicamente incorreto do filme surge da quebra desta idealização. Os filmes produzidos por Judd Apatow (O Virgem de 40 AnosTá Rindo do Quê?) e os filmes produzidos por Seth Rogen (É o FimSegurando as Pontas) geralmente brincam com a representação dos gêneros, mostrando grande afeto pelos homens que não conquistaram o sonho americano, assim como as mulheres que não correspondem às modelos de capa de revista. Estes filmes parodiam a noção social de sucesso, apenas para desconstruí-la de maneira anárquica e impiedosa.

Atenção, possíveis spoilers abaixo!
No caso de Vizinhos, os homens são basicamente definidos por sua relação com o corpo (e a genitália em particular). Zac Efron interpreta o garoto popular, cujo modelo do pênis em gesso é disputado pelas garotas da universidade. Um colega de residência (Dave Franco) tem o dom de olhar para um ponto distante, e obter uma indiscreta ereção a qualquer momento, diante dos aplausos dos colegas homens. Christopher Mintz-Plasse interpreta um rapaz pouco inteligente, mas respeitado pelo pênis imenso. Já a principal mulher em cena desconstrói o maior fetiche americano: quando Rose Byrne mostra os seios, eles estão inchados, com as veias à mostra, parecendo um “tornozelo de avó”, como diz Seth Rogen.

Vizinhos - FotoPênis, vaginas, seios e bundas nunca foram tão pouco eróticos quanto nesta produção. Este é o avesso deAmerican PiePorky’s e outras comédias adolescentes que apenas reforçavam o estereótipo do macho alfa e da mulher submissa. Aqui, as garotas fazem sexo quando querem, com quem bem entendem, sem serem julgadas negativamente por isso. Os garotos têm pouco sucesso em suas conquistas, e envolvem-se em uma porção de momentos homoeróticos, como quando pegam nos pênis uns dos outros durante uma briga, ou comparam o tamanho dos seus membros. Essa visão assumidamente imatura do sexo é divertida por confrontar o espectador: afinal, quem quer se identificar com o garanhão que não seduz nenhuma garota, ou com o jovem casado que não faz sexo nunca?

Ao mesmo tempo, esses personagens parecem homens comuns, com problemas realistas, banais. O roteiro é recheado de referências pop, que vão desde Batman a Game of Thrones, contribuindo a situar os personagens em um período bastante atual. O novo homem retratado pelo filme é o geek, o nerd, o “loser” (perdedor). Vizinhos é essencialmente uma comédia subversiva, que consegue inserir personagens interessantes em meio a piadas grotescas sobre concurso de urinar à distância e air bags explodindo dentro de casa. Rogen e o diretor Nicholas Stoller possuem grande carinho por esses homens frágeis, colocando-os como heróis às avessas do novo modelo americano.

Vizinhos - FotoApesar do conteúdo alegremente desbocado, o mecanismo da guerra entre vizinhos nem sempre funciona bem. A sucessão de tréguas e ataques, amizades e inimizades é tão veloz que às vezes as motivações de seus personagens não são claras ou verossímeis. O roteiro tenta incluir tantas reviravoltas que acaba se tornando cansativo para os seus 97 minutos. Stoller certamente demonstra ritmo cômico, mas fica a impressão de que algumas cenas (a festa da maconha, a tentativa de sair para a discoteca com o bebê) poderiam ser melhor filmadas e aproveitadas na trama.

Resta uma boa diversão, inteligente por trás de seu humor físico e voluntariamente patético. Rogen está engraçado como sempre, embora não faça grande esforço para se diferenciar de seus personagens anteriores. Franco continua se mostrando um ótimo ator cômico. Acima de tudo, é surpreendente ver o bom moço Zac Efron no papel do musculoso abestalhado, enquanto a elegante Rose Byrne encarna a esposa descolada e boca-suja. Para a alegria do público, Vizinhos sabe bem como desconstruir os seus símbolos, que vão desde a história à escolha do elenco.

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-196199/criticas-adorocinema/

Noticias sobre Cinema III

Como Treinar o seu Dragão conquistou o público com uma bela mensagem de tolerância, sobre a convivência pacífica entre humanos e dragões, aliada à sensível abordagem sobre deficiência física, que atinge ambas as espécies. Tudo isto embalado numa roupagem caprichada da DreamWorks, com várias cenas de ação e uma animação de qualidade. Em Como Treinar o seu Dragão 2, a proposta é investir no que deu certo no filme original e ampliá-lo ainda mais. Tudo é maior: os desafios, os confrontos e, é claro, os dragões. Mas a essência permanece lá: a mensagem de tolerância, que permite que humanos e dragões superem as antigas desavenças e convivam pacificamente.

Como Treinar o seu Dragão 2 - Foto
A história do novo filme se passa cinco anos após o original, quando a paz está instalada no vilarejo de Berk. Soluço (voz de Jay Baruchel) e seus amigos estão maiores, na pré-adolescência, e os hormônios começam a entrar em ebulição. Entretanto, há algo desconhecido lá fora e, desbravador, Soluço não demora muito para partir ao lado de seu fiel parceiro Banguela. Juntos, eles encontram um santuário de dragões, muitos deles desconhecidos até então, assim como reencontram alguém inusitado: Valka (voz de Cate Blanchett, ótima), a mãe do jovem.

Até então, Como Treinar o Seu Dragão 2 investe firme no carisma de Banguela e em seu relacionamento com Soluço, ressaltando o lado de ser um dragão “domesticado”, o que provoca a imediata identificação com animais de estimação. A apresentação de uma nova personagem vinda do passado do protagonista segue a fórmula básica das sequências (Shrek 2 fez o mesmo, ao focar a família de Fiona) e o filme conta com impressionantes cenas de voo, cuja emoção é ampliada pela qualidade do efeito 3D. Há ainda boas piadas visuais e a bela sacada da escalação de Kit Harington como dublador de Eret, trazendo uma imediata associação ao seu personagem na série Game of Thronese também aos suspiros que desperta no público feminino, algo que é explorado na própria história. Entretanto, o longa-metragem apenas consegue subir um degrau e alcançar o grau de excelência quando enfrenta, com coragem, um tema complicado para filmes voltados para crianças: a morte.

Como Treinar o seu Dragão 2 - Foto
Há em Como Treinar o Seu Dragão 2 uma cena dolorosa e surpreendente, que altera toda a dinâmica do filme. Pelo grau do sacrifício feito, os personagens se tornam menores diante do que o longa-metragem realmente deseja abordar: a tolerância. Mais do que lutar contra um inimigo poderoso, é este o real duelo enfrentado por Soluço e amigos: a permanência de uma vida em harmonia, onde dragões e humanos possam conviver em paz. O mundo dos sonhos que, para ser alcançado, é preciso ser conquistado – um paradoxo contraditório muito bem explorado pelo roteiro do também diretor Dean DeBlois.

O ar apoteótico que se segue oferece ao espectador variadas doses de batalhas intensas, ora cômicas ora dramáticas, que impressionam. O tema da deficiência, tão forte no primeiro filme, ressurge em dose homeopática, mas suficiente para mais uma vez emocionar. Diante deste panorama, Como Treinar o Seu Dragão 2 consegue algo raro na seara nas sequências: superar o original, com sobras. O resultado é um filme fascinante, pelo carisma dos personagens e a coragem no desenvolvimento da história, que chama ainda a atenção pela intensa ligação existente entre Soluço e Banguela, cuja complexidade emocional apenas aqueles que têm um animal de estimação conseguirão compreender em sua plenitude. Excelente filme, um dos melhores lançados em 2014.

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-181290/criticas-adorocinema/

Noticias sobre Cinema II

Com uma porção de adaptações de livros infantojuvenis chegando aos cinemas – muitas delas pouco impressionantes -, A Culpa é das Estrelas gerava apreensão. Primeiro, por lidar com um tema espinhoso como o câncer na adolescência, e segundo, por escolher duas estrelas em ascensão (Shailene Woodley e Ansel Elgort), algo que poderia ocorrer mais para atrair o público jovem do que realmente pela adequação dos dois ao projeto. Felizmente, o filme supera estes preconceitos e revela-se uma ótima surpresa.

A Culpa é das Estrelas - FotoPor ser um melodrama, é esperado que o romance apele para as emoções do público, partindo da identificação com os personagens. Mas ao contrário dos típicos “filmes para chorar”, que inventam sucessivos conflitos para tornar a história mais lacrimosa, este projeto anuncia desde o começo a único (e imenso) problema dos protagonistas: o câncer. Todos os conflitos serão decorrentes desta doença, sem tornar o calvário da dupla maior do que o necessário apenas para despertar o choro. Por isso, o projeto parece bastante honesto, e menos manipulador do que a grande maioria das obras do gênero.

O tom do filme é permeado pela autoparódia como mecanismo de defesa. Hazel (Shailene Woodley) e Gus (Ansel Elgort) brincam com frequência com o fato de ter perdido uma perna, no caso dele, e de ter uma fraca capacidade pulmonar, no caso dela. A comicidade deste projeto é equivalente àquela que tanto agradou os espectadores emIntocáveis, por exemplo, no qual as brincadeiras com a doença e a deficiência eram vistas como uma postura louvável, ao invés das tradicionais autopiedade e vitimização. Hazel e Gus são dois personagens fortes, maduros para a idade que têm, e repletos de perguntas profundas sobre a morte, a vida e o legado que deixarão para seus próximos. Não é nada fácil abordar esses temas com leveza, mas esta obra consegue ser um inesperado feel goodmovie.

A Culpa é das Estrelas - FotoComo adaptação, o filme também merece aplausos. Vale lembrar que esta resenha foi escrita sem leitura prévia do livro de John Green. Mesmo assim, A Culpa é das Estrelas é uma das raras produções adaptadas de uma obra literária que não parece corrida demais, sedenta para incluir o máximo de reviravoltas possível. O ritmo da narrativa é fluido, graças igualmente a uma edição discreta e eficiente. O roteiro faz a curiosa opção de ocultar todos os elementos alheios ao casal principal: não se sabe nada sobre a vida de Hazel na universidade, pouquíssimo sobre a vida dos pais ou os amigos. O foco é nos dois, o tempo inteiro. Os protagonistas estão em cena em todas as imagens, algo que pode parecer redutor para descrever o ambiente ao redor, mas que permite um aprofundamento na personalidade de cada um. É uma aposta arriscada, mas que rende seus frutos.

Os atores também são impressionantes. Se alguém ainda duvidava do talento de Woodley após Os Descendentes eDivergente, neste projeto ela mostra do que é capaz apenas com o olhar e com poucos gestos. Elgort também está à vontade com as tiradas sarcásticas, compondo um personagem interessante, preso entre a aparência forte e as inseguranças que esconde. Com a sintonia entre os atores, as cenas mais belas do filme acontecem em silêncio, quando os dois se comunicam muito claramente com o olhar – como no primeiro encontro no grupo de apoio. Por isso, o diretor Josh Boone opta por colar a câmera no rosto dos dois sempre que possível, evitando qualquer imagem que possa explorar a doença de ambos. Ou seja, Gus raramente é visto caminhando e mostrando sua perna mecânica, enquanto Hazel não revela os tubos que drenam líquidos de seu pulmão. É uma maneira pudica, mas também respeitosa, de sugerir que aqueles personagens valem menos por suas patologias do que pelos seres humanos que são, e pelas emoções que sentem. Completando o bom elenco, Laura Dern tem um papel pequeno, mas afetuoso, e Willem Dafoe faz uma aparição amarga e potente na trama.

A Culpa é das Estrelas - FotoSe alguém merece ressalvas neste conjunto, é o próprio diretor Josh Boone. Os diálogos e a narração certamente mereciam algo melhor do que os planos simplíssimos criados pelo cineasta. Boone tem uma maneira bastante cafona de filmar algumas cenas, como o jantar no restaurante holandês (com direito a planos próximos do brinde e de cada prato) e o momento de intimidade entre Hazel e Gus, filmado com a câmera deslizando pelo corpo dos dois, a partir dos pés. Isso sem falar nas câmeras lentas no hospital, ou a imagem tremendo nos momentos de crise respiratória de Hazel. O cineasta tem pouca imaginação, adotando um padrão televisivo e publicitário – principalmente no segmento na Holanda, que adquire um inegável aspecto turístico.

Mesmo assim, A Culpa das Estrelas acaba sendo um projeto muito acima da média em comparação com os dramas normalmente oferecidos ao público adolescente. Os personagens têm complexidade, conseguem alternar entre dúvidas típicas da juventude e questões mais profundas sobre o amor e a morte. Dentro do gênero “melodrama romântico”, Hollywood raramente consegue fazer algo melhor. Sem dúvida, o palavreado simples e direto de John Green para abordar o câncer contribui para atmosfera naturalista e comovente.

A Culpa é das Estrelas - FotoUma frase veio à cabeça após a sessão: “Nós somos infinitos”. Essa não é uma citação do livro de Green, e sim de As Vantagens de Ser Invisível, outro drama adolescente com o qual A Culpa é das Estrelas tem muito em comum. Ambos retratam a juventude de modo grave, mas afetuoso, enquanto refletem sobre a questão essencial da marca deixada por cada pessoa naqueles que a amam. Os dois filmes e livros exploram a bela metáfora do infinito para enfrentar o esquecimento, a passagem do tempo e o medo da morte.

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-218926/criticas-adorocinema/

Noticias sobre o Cinema

                                   Malévola

A experiência de assistir a Malévola é bastante curiosa. Por um lado, esta ainda é a história bem conhecida da Bela Adormecida, com os mesmos elementos consagrados (maldição da vilã, dedo espetado, sono da princesa, beijo salvador). Por outro lado, a fábula nunca tinha sido vista dessa maneira, com um festival de imagens digitais, efeitos sonoros e espetáculo pirotécnico. Esta é mesmo uma versão moderna da história, como anunciaram os produtores, mas a forma está mais modernizada do que o conteúdo.

Malévola - FotoÉ sintomático que tenha sido escolhido para a direção não um cineasta confirmado, e sim um perito em efeitos visuais. Robert Stromberg não tem pudores em usar o máximo possível de imagens computadorizadas, criando seres fantásticos, fadas iluminadas, dragões gigantescos. Os US$200 milhões de orçamento estão bem visíveis em tela, assim como o uso muito profissional do 3D, empregado tanto para conferir maior profundidade às imagens quanto para arremessar objetos e personagens alados em direção à plateia.

Algumas cenas, como a muralha de espinhos e a levitação da princesa são realmente impressionantes. Outras cenas, como os planos aéreos da floresta e dos seres coloridos, são de fato grandiosos, mas não muito diferentes da fauna e flora fantásticas já vistas em Oz, Mágico e PoderosoAlice no País das Maravilhas e Avatar, por exemplo. Talvez fique a sensação incômoda de assistir a uma produção em que 90% das cenas foi filmada sobre uma tela verde. Mas é verdade que muitos espectadores vão enxergar no excesso visual um banquete de luzes e cores digno do investimento feito no ingresso (sobretudo em 3D).

Malévola - FotoAtenção: possíveis spoilers abaixo!
De resto, a moral por trás da Bela Adormecida permanece a mesma, com poucas alterações significativas. Uma única mudança notável é a hesitação do príncipe em beijar a princesa adormecida, por tê-la visto apenas vez. A prudência em relação ao romance e a recusa do amor à primeira vista também estavam presentes em outro filme contemporâneo da Disney, Frozen - Uma Aventura Congelante, e parece representar o discurso politicamente correto destinado às jovens garotas. Quanto a Malévola, nem é preciso dizer que a personagem não é fundamentalmente malvada - ela nasceu pura e alegre, como parece ser o caso de todas as crianças neste mundo mágico, mas ficou amargurada com o fim de uma história de amor. "Malévola", antes de ser um adjetivo depreciativo, é o nome próprio da protagonista, adquirido muito antes de se transformar em feiticeira má.

No que diz respeito ao elenco, é difícil prestar atenção em qualquer outro nome além de Angelina Jolie. A atriz e produtora está muito à vontade no papel, transitando facilmente entre a ironia, a vilania e o carinho por Aurora. Jolie sabe como empregar muito bem cada tom de voz, cada expressão, dando a impressão de que a estrela é tão bem treinada na arte dramática quanto na arte de posar para fotógrafos, mostrando sua beleza e seus melhores ângulos (e as duas habilidades são exaustivamente solicitadas no filme). Já a promissora Elle Fanning faz o que pode com a rasa personagem da princesa pura e ingênua, capaz de observar uma mulher vestida de preto, com chifres imensos, e confundi-la com sua fada madrinha.

Malévola - FotoDe maneira geral, o filme surpreende pela quantidade baixa de humor, elemento normalmente usado para equilibrar o tom de produções sombrias como esta.Malévola se leva bastante a sério, mas o seu roteiro traz oscilações visíveis quanto ao tom: o início típico da fábula cede espaço para um segundo ato sem conflito algum, no qual a protagonista e o espectador apenas esperam Aurora crescer para a maldição se concretizar - até finalmente chegar o clímax, cheio de ação, com fogo voando pelos ares e lutas espetaculares.

Um exemplo externo ao filme pode ajudar a compreender melhor os seus valores. Recentemente, o diretor Colin Trevorrow defendeu a sua continuação de Jurassic Park, contra aqueles que o acusam de "estragar as histórias da nossa infância". Segundo ele, não podemos exigir do cinema contemporâneo que corresponda ao padrão de décadas atrás. Afinal, a infância dos adultos já passou, e agora é a vez de criar histórias para uma nova geração de crianças, acostumadas aos vídeos na Internet, os videogames, os celulares e os desenhos animados espetaculares.

Malévola - FotoTalvez Trevorrow tenha razão: se a Disney queria adaptarMalévola aos nossos tempos, que o fizesse com o vocabulário visual da juventude de hoje. E esta é uma juventude fascinantemente contraditória: ela já viu de tudo, mas quer ver sempre mais, e exige ao mesmo tempo o máximo de fantasia e a máxima aparência de realidade, com explosões verossímeis, dragões de pele detalhista, batalhas com sons nítidos de corridas, gritos, espadas. Neste sentido, Malévola se adapta muito bem ao novo imaginário tecnológico do cinema.
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-201429/criticas-adorocinema/